domingo, 26 de maio de 2013

Formação em Desenvolvimento Infantil - Turma I - Dia 9

Olá queridos leitores!

Na quinta-feira (23/5), conversamos com Isadora Adjuto sobre autismo, com Mariana Verdolim sobre família e com a Ana Maria Araujo sobre nutrição infantil.

O Transtorno do Espectro Autista é o termo atual para autismo, composto pela tríade: déficits sociais, déficits na comunicação e déficit no comportamento. Para o autista entender a perspectiva do outro, inferir intuitivamente o que a pessoa está pensando e sentindo, é uma tarefa difícil. Ele não consegue captar dicas sociais como o tom de voz e a expressão facial, tendo uma compreensão literal das coisas. Assim, tendo dificuldades em situações em que precisa compreender o que é falado, tem o desenvolvimento escolar impactado (compreensão da leitura, entendimento social presente em textos e filmes, interpretar fala do professor, são tarefas que o autista tem dificuldade). Tem também dificuldade em ver o todo e planejar. Por exemplo, se estão acostumados a sentar em uma cadeira, só senta nela, se a sala um dia estiver em uma disposição diferente, não conseguem enxergar o todo para selecionar outro lugar, olham apenas para o local de costume e o fato de não estar lá é confuso. São desligados do que está acontecendo no mundo externo e ligados no próprio mundo mental, tem dificuldade de inciar situações, não usam os olhos para ler o outro, não mantem contato visual, é preciso ensina-los a conversar olhando, a se comportar em relação ao outro e a ler o outro. O autismo é um espectro pois dentro da deficiência há diferentes níveis e formas. Obviamente o autista é uma pessoa, então assim como uma criança típica, cada um terá suas particularidades. Cada um com déficit de cognição social terá fraquezas individuais e pontos fortes, é importante que ambos sejam identificados. Se desconfiar de algo encaminhe a criança para um neuropediatra, que estão mais acostumados com esse tipo de diagnóstico. Um profissional não especializado pode não identificar o padrão.

Palestra com a psicóloga especialista em autismo Isadora Adjuto

Seja para crianças típicas ou atípicas, a estrutura familiar é determinante em seu desenvolvimento. A família é uma importante rede de apoio para a criança. O clima familiar (coesão, apoio, hierarquia, conflito, comunicação) é muito importante para a qualidade de vida do sistema (familiar) como um todo. Assim, uma família onde a hierarquia é invertida por exemplo, ou seja, os filhos detém autoridade, é fator de risco para problemas de comportamento na adolescência. O ideal é que a autoridade esteja centrada nos pais, o que é diferente de autoritarismo, também prejudicial ao desenvolvimento da criança. A qualidade da relação do casal também é muito importante: um ambiente conflituoso gerará danos à criança, um ambiente agressivo pode leva-la a reagir com agressividade. Famílias caracterizadas por conflitos, agressões, relacionamentos distantes, insuportáveis, negligentes, geram vulnerabilidade. Os fatores de proteção ao mal comportamento são: relacionamento positivo entre pais e filhos, proximidade familiar, supervisão e disciplina e comunicação de valores. O contexto, práticas e relacionamentos influenciam o desenvolvimento sadio ou disfuncional de crianças e adolescentes. Não existe família sem problemas, mas uma família saudável consegue passar por eles reestruturando-se funcionalmente. 

Curiosidade: Estilos parentais

  • Negligente: pouco ou nenhuma autoridade e pouco envolvimento.
  • Autoritário: regras rígidas, imposições inquestionáveis, sem diálogo.
  • Autoritativo: exige disciplina e monitoramento a partir de "contratos" (acordos mútuos, regras explícitas e combinados). Modelo mais adequado para o desenvolvimento saudável.
O comportamento inadequado dos pais mantem o comportamento dos filhos. Assim, é importante que os pais monitorem o próprio comportamento, estando ai uma grande contribuição dos programas de orientação para pais. 

Dicas:

  • Criança aprende por observação de modelos, faça o que fala, seja um bom exemplo.
  • Evite praticas educativas punitivas, comunique-se com a criança
Palestra com as psicólogas Mariana Verdolim e Priscilla Ohno

E a importância do exemplo dos pais diz respeito também a alimentação. A cada 10 crianças 2 são obesas. Frequentemente os pais criticam a alimentação dos filhos, mas quem compra os doces e refrigerantes? É importante que os pais primeiro parem e pensem como está a própria alimentação. Até os 7 anos é a fase pontual para inserir na criança bons hábitos alimentares. São estes valores a serem incluídos em casa e que podem ser também incentivados na escola, onde a criança passa grande parte do seu dia e encontra também nos professores modelos.

Dicas:
  • Fornecer as comidas organizadas separadamente no prato, para que a criança explore e conheça cada uma.
  • Crianças tendem a rejeitar alimentos não familiares, são necessários 8 a 10 exposições a um novo alimento para que ele seja aceito. 
  • Crianças tendem a não gostar de alimentos que para ingeri-los é feito algum tipo de chantagem, cria relação negativa com o alimento.
  • Crianças gostam de doce porque o adulto inclui esse hábito. Quando, por exemplo, coloca açúcar no leite, após 2-3 meses bebendo isso não aceita outra coisa.
  • Papinha industrializada: é um alimento prático para uma viagem por não precisar ser refrigerado, mas deve ser evitada no dia a dia. Mesmo que a embalagem diga "sem conservantes", alimentos industrializados sempre possuem conservantes, então está-se intoxicando a criança desde cedo. 
  • Alimento oferecido como recompensa será o predileto (exemplo: se comer ganha sobremesa), o interesse de comer outras coisas vai para o gosto que dá a criança mais prazer. Essa pratica deve ser evitada.
  • O gosto por certo sabor em geral vem do paladar desenvolvido na infância. 
  • Formule alimentação atrativa para as crianças.
Palestra com a nutricionista Ana Maria Araujo

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